Quando Jesus andou sobre a terra em forma humana, disse claramente aos Seus discípulos que partiria e, então voltaria para buscá-los um dia. Quando voltasse, os levaria para o céu com Ele (o que os cristãos modernos chamam de “arrebatamento”). Por exemplo, na noite antes de Sua crucificação, Jesus disse aos Seus onze fiéis apóstolos:
Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver (Jo. 14:1-2, ênfase adicionada).
Está claramente implicado nas palavras de Jesus que Sua volta poderia acontecer durante a vida dos onze. Aliás, depois de ouvir o que Jesus disse, eles simplesmente teriam assumido que Ele retornaria durante a vida deles.
Jesus também advertiu Seus discípulos a estarem prontos para Sua volta, novamente implicando a possibilidade de Sua volta durante o tempo de vida deles (veja, por exemplo, Mt. 24:42-44).
A Volta Iminente de Jesus nas Epístolas (Jesus’ Imminent Return in the Epistles)
Os apóstolos que escreveram as cartas do Novo Testamento certamente afirmavam sua crença em que Jesus poderia voltar durante o tempo de vida de seus leitores do primeiro século. Por exemplo, Tiago escreveu:
Portanto, irmãos, sejam pacientes até a vinda do Senhor. Vejam como o agricultor aguarda que a terra produza a preciosa colheita e como espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera. Sejam também pacientes e fortaleçam o seu coração, pois a vinda do Senhor está próxima (Tg. 5:7-8, ênfase adicionada).
Não haveria necessidade de Tiago ter exortado seus leitores a serem pacientes pelo que não poderia acontecer durante suas vidas. Contudo, ele cria que a vinda do Senhor estava próxima. Contextualmente, Tiago escreveu em um tempo em que a Igreja estava sofrendo perseguição (veja Tg. 1:2-4), um tempo em que os crentes, naturalmente, ansiavam pela volta do seu Senhor.
Similarmente, Paulo também acreditava que Jesus poderia voltar durante a vida de muitos dos seus contemporâneos:
Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram. Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem. Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns aos outros com essas palavras (1 Ts. 4:13-18, ênfase adicionada).[1]
Dessa passagem, também aprendemos que quando Jesus voltar do céu, os corpos dos cristãos mortos serão ressuscitados e, juntamente com os crentes que estiverem vivos na Sua volta, serão “arrebatados… para o encontro com o Senhor nos ares” (o arrebatamento). Porque Paulo também disse que Jesus traria com Ele, dos céus, os que “nele dormiram”, só podemos concluir que no arrebatamento, os espíritos dos cristãos celestiais serão unidos aos seu corpos recém ressuscitados.
Pedro também acreditava que a vinda de Cristo era iminente quando escreveu sua primeira epístola:
Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para agir; estejam alertas e coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado… O fim de todas as coisas está próximo. Portanto, sejam criteriosos e estejam alertas; dediquem-se à oração… Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria (1 Pd. 1:13, 4:7, 13, ênfase adicionada).[2]
Finalmente, quando João escreveu sua carta às igrejas, ele também cria que o fim estava próximo e que os leitores de seus dias poderiam ver a volta de Jesus:
Filhinhos, esta é a última hora e, assim como vocês ouviram que o anticristo está vindo, já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso sabemos que esta é a última hora… Filhinhos, agora permaneçam nele para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos envergonhados diante dele na sua vinda… Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é. Todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro (1 Jo. 2:18, 28; 3:2-3, ênfase adicionada).
Seu Atraso (His Delay)
Olhando para os últimos 2000 anos, percebemos que Jesus não voltou tão cedo quanto os apóstolos esperavam. Mesmo nos dias deles, haviam os que estavam começando a achar que Jesus nunca voltaria, vendo o quanto já tinha passado desde Sua partida. Quando a vida terrena de Pedro chegava ao fim, por exemplo (veja 2 Pd. 1:13-14), Jesus ainda não havia voltado e então, Pedro se dirigiu aos que tinham pensamentos duvidosos em sua última carta:
Antes de tudo saibam que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores zombando e seguindo suas próprias paixões. Eles dirão: “O que houve com a promessa da sua vinda: Desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação”. Mas eles deliberadamente se esquecem de que há muito tempo, pela palavra de Deus, existem céus e terra, esta formada da água e pela água. E pela água o mundo daquele tempo foi submerso e destruído. Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios. Não se esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. O dia do Senhor, porém virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada (2 Pd. 3:3-10).
Pedro afirmou que a demora de Jesus foi por causa de Seu amor e misericórdia — Ele quer dar mais tempo para que as pessoas se arrependam. Mas também afirmou que não havia dúvida de que Ele voltaria. E quando voltar, virá com grande ira.
Como veremos, as Escrituras deixam bem claro que a volta cheia de ira de Cristo será precedida de anos de tribulação mundial, como nunca antes houve, e o despejo da ira de Deus sobre os perversos. A maior parte do livro de Apocalipse fala sobre esse tempo futuro. Como veremos mais adiante em nosso estudo, as Escrituras indicam que haverá sete anos de tribulação futura. Não há dúvida de que o arrebatamento acontecerá durante ou perto desses sete anos.
Quando Exatamente Acontecerá o arrebatamento?(When Exactly Does the Rapture Occur?)
A questão que muitas vezes divide cristãos é o tempo exato do arrebatamento. Alguns dizem que o arrebatamento acontecerá um pouco antes dos sete anos de tribulação e, portanto, pode acontecer a qualquer hora. Outros dizem que acontecerá exatamente no meio dos sete anos de tribulação; outros, que acontecerá algum tempo depois da metade dos sete anos; e ainda outros, que o arrebatamento acontecerá na volta de Cristo, no fim da tribulação.
Com certeza, não vale a pena nos dividir por causa desse assunto, e todos os quatro lados devem lembrar que todos concordam que o arrebatamento acontecerá durante ou em um futuro bem próximo aos sete anos. Essa é um janela bem estreita entre milhares de anos de história. Então, ao invés de nos dividirmos por causa de nossos desentendimentos, vamos nos alegrar no que concordamos! Além do mais, o que cada um acredita não mudará o que irá acontecer.
Isso sendo dito, devo dizer-lhes que pelos primeiros vinte e cinco anos de minha vida cristã, acreditei que o arrebatamento aconteceria antes dos sete anos de tribulação. Cria nisso porque foi o que me ensinaram, e também não queria rever tudo o que tinha lido no livro de Apocalipse! Contudo, enquanto estudava as Escrituras sozinho, comecei a adotar uma visão diferente. Então, vamos dar uma olhada no que a Bíblia diz e ver que conclusões podem ser tiradas. Mesmo que eu não consiga te persuadir a se juntar ao meu lado, ainda devemos nos amar!
O Sermão do Monte (The Olivet Discourse)
Vamos começar considerando o 24o capítulo de Mateus, uma seção das Escrituras que é fundamental a respeito dos eventos do fim dos tempos e a volta de Jesus. Juntamente com o 25o capítulo, são conhecidos como o Sermão do Monte, porque esses dois capítulos são o registro de um sermão que Jesus deu a alguns de Seus discípulos mais íntimos[3] no Monte das Oliveiras. Enquanto lemos, vamos aprender sobre vários eventos do fim dos tempos, e considerar o que os discípulos de Jesus, a quem Ele endereçou Seu discurso, teriam concluído sobre o tempo do arrebatamento:
Jesus saiu do templo e, enquanto caminhava, seus discípulos aproximaram-se dele para lhe mostrar as construções do templo. “Vocês estão vendo tudo isto?”, perguntou ele. “Eu lhes garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra; serão todas derrubadas”.Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, os discípulos dirigiram-se a ele em particular e disseram: “Dize-nos, quando acontecerão essas coisas: E qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos?” (Mt. 24:1-3).
Os discípulos de Jesus queriam saber sobre o futuro. Queriam saber especificamente quando as construções do templo seriam destruídas (como Jesus tinha dito), e quais seriam os sinais da Sua volta e do fim dos tempos.
Olhando em retrospectiva, sabemos que as construções do templo foram completamente destruídas em 70 d.C. pelo general Tito e o exército romano. Também sabemos que Jesus ainda não voltou para reunir a Igreja; portanto, dificilmente esse dois eventos são simultâneos.
Jesus Responde as Perguntas Deles (Jesus Answers Their Questions)
Parece que Mateus não registrou a resposta de Jesus quanto à primeira pergunta sobre a futura destruição do templo, mas Lucas sim (veja Lc. 21:12-24). No evangelho de Mateus, Jesus começou a falar imediatamente sobre os sinais que precederiam Sua volta e o fim dos tempos:
Jesus respondeu: “Cuidado, que ninguém os engane. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Cristo!’ e enganarão a muitos. Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras, mas [vocês] não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. Tudo isso será o início das dores (Mt. 24:4-8, ênfase adicionada).
Está claro desde o início desse sermão que Jesus acreditava que Seus discípulos, do primeiro século, poderiam estar vivos durante os eventos que levariam à Sua volta. Note quantas vezes ele se referiu aos discípulos com o pronome pessoal vocês. Jesus usou o pronome pessoal vocês pelo menos vinte vezes no capítulo 24, portanto, todos os Seus discípulos acreditaram que veriam as coisas que Jesus estava dizendo.
Sabemos, é claro, que todos os discípulos que ouviram Jesus naquele dia, morreram há muito tempo. Contudo, não devemos concluir que Jesus os estava enganando, mas que Ele mesmo não sabia a hora exata de Sua volta (veja Mt. 24:36). Realmente, seria bem possível então, que aqueles que ouviram Seu discurso no Monte das Oliveiras estivessem vivos na Sua volta.
A maior preocupação de Jesus era que Seus discípulos fossem enganados por falsos cristos, assim como muitos serão durante os últimos dias. Sabemos que o anticristo será um falso cristo, enganando a muitos. Eles o considerarão um maravilhoso salvador.
Jesus disse que haverá guerras, fome e terremotos, mas indicou que esses eventos não são sinais de Sua volta, mas somente “o início das dores”. Seria seguro dizer que esses sinais têm acontecido pelos últimos dois mil anos. Contudo, depois disso, Jesus fala de algo que ainda não aconteceu.
Começa a Tribulação Mundial (Worldwide Tribulation Begins)
“Então eles os entregarão para serem perseguidos e condenados à morte, e vocês serão odiados por todas as nações por minha causa. Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt. 24:9-14, ênfase adicionada).
Novamente, se você perguntasse aos que ouviram Jesus naquele dia: “Você acha que estará vivo para ver o cumprimento dessas coisas?”, com certeza, teriam respondido que sim. Jesus continuava usando o pronome pessoal vocês.
Como acabamos de ler, depois das “dores” virá um evento que certamente ainda não aconteceu, um tempo como nenhum outro de perseguição mundial aos cristãos. Seremos odiados “por todas as nações” ou literalmente, por “todos os grupos étnicos e tribos”. Jesus estava falando de um tempo específico quando isso acontecerá, não um tempo genérico de mais de cem anos, pois Ele disse na próxima frase: “Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros”.
Obviamente, Sua afirmação é sobre a escandalização de cristãos que irão, então, odiar outros crentes, já que os ímpios não podem ficar “escandalizados”, e então odiar uns aos outros. Portanto, quando a perseguição mundial começar, o resultado será uma grande apostasia de muitos que se dizem seguidores de Cristo. Se são crentes genuínos ou falsos, ovelhas ou bodes, muitos ficarão escandalizados e, por sua vez, revelarão as verdadeiras identidades de outros crentes para as autoridades perseguidoras, odiando os que um dia disseram amar. O resultado será a purificação da Igreja por todo o mundo.
Também haverá um levantamento de falsos profetas, um dos quais é mencionado no livro de Apocalipse como o cúmplice do anticristo (veja Ap. 13:11-18; 19:20; 20:10). O caos aumentará a ponto de esfriar o pouco amor que restará nos corações das pessoas, e os corações dos pecadores se tornarão completamente duros.
Mártires e Sobreviventes (Martyrs and Survivors)
Mesmo que Jesus tenha profetizado que os crentes perderão suas vidas (veja 24:9) aparentemente nem todos irão, pois Ele prometeu que os que continuarem até o fim serão salvos (veja 24:13). Isto é, se não se permitirem serem enganados pelos falsos cristos ou profetas e resistirem à tentação de abandonarem a fé e desistir, serão salvos, ou resgatados por Cristo quando Ele voltar para reuni-los no céu. Esse futuro tempo de tribulação e resgate também foi revelado ao profeta Daniel, que ouviu:
Naquela ocasião Miguel, o grande príncipe que protege o seu povo, se levantará. Haverá um tempo de angústia como nunca houve desde o início das nações até então. Mas naquela ocasião o seu povo, todo aquele cujo nome está escrito no livro, será liberto. Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno (Dn. 12:1-2).
A salvação ainda será graciosamente oferecida mesmo durante esse dias, já que Jesus prometeu que o evangelho seria proclamado a todas as nações (literalmente, “grupos étnicos e tribos”), dando um última oportunidade de arrependimento, e então, o fim viria.[4] É interessante que lemos no livro de Apocalipse o que pode ser o cumprimento da promessa de Jesus:
Então vi outro anjo, que voava pelo céu e tinha na mão o evangelho eterno para proclamar aos que habitam na terra, a toda nação, tribo, língua e povo. Ele disse em alta voz: “Temam a Deus e glorifiquem-no, pois chegou a hora do seu juízo. Adorem aquele que fez os céus , a terra, o mar e as fontes das águas” (Ap. 14:6-7, ênfase adicionada).
Alguns acham que a razão de um anjo proclamar o evangelho é porque até esse tempo da tribulação de sete anos, o arrebatamento terá acontecido e todos os crentes terão sido levados. Mas é claro que isso é especulação.
O Anticristo (The Antichrist)
O profeta Daniel revelou que o anticristo se assentará no templo reconstruído em Jerusalém no meio dos sete anos de tribulação e se proclamará Deus (veja Dn. 9:27, que estudaremos mais tarde). É esse evento que Jesus tinha em mente quando continuou Seu discurso no Monte das Oliveiras:
“Assim, quando vocês virem ‘o sacrilégio terrível’, do qual falou o profeta Daniel, no Lugar Santo — quem lê entenda — então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes. Quem estiver no telhado de sua casa não desça para tirar dela coisa alguma. Quem estiver no campo não volte para pegar seu manto. Como serão terríveis aqueles dias para as grávidas e para as que estiverem amamentando! Orem para que a fuga de vocês não aconteça no inverno nem no sábado. Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá.[5] Se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém sobreviveria; mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados” (Mt. 24:15-22).
Essa é uma elaboração mais específica a respeito da tribulação que Jesus tinha falado mais cedo (veja 24:9). Quando o anticristo declarar que é Deus do templo de Jerusalém, uma perseguição inimaginável começará contra os que creem em Jesus. Quando se declarar Deus, o anticristo irá esperar que todos reconheçam sua divindade; consequentemente, todos os verdadeiros seguidores de Cristo, imediatamente se tornarão inimigos oficiais do estado e serão caçados e mortos. É por isso que Jesus disse que os crentes na Judeia devem fugir para as montanhas sem demora, orando para que sua fuga não seja atrapalhada por motivo algum.
Acho que seria uma boa ideia que todos os crentes ao redor do mundo fugissem para algum lugar remoto quando isso acontecer, já que provavelmente será coberto por equipes de televisão do mundo inteiro. As Escrituras nos dizem que todo o mundo será enganado pelo anticristo, pensarão que ele é o Cristo e serão fiéis a ele. Quando se declarar Deus, acreditarão nele e o adorarão; quando blasfemar contra o verdadeiro Deus — o Deus dos cristãos — influenciará os enganados a odiar todos os que se recusam a adorá-lo (veja Ap. 13:1-8).
Jesus prometeu uma eventual libertação para Seu povo ao abreviar esses dias de tribulação; caso contrário “ninguém sobreviveria” (24:22). Sua abreviação desses dias “por causa dos eleitos” deve ser uma referência a libertação que trará quando aparecer e reuni-los no céu. Contudo, Jesus não nos diz aqui quanto tempo depois da declaração de divindade do anticristo, essa libertação acontecerá.
De qualquer forma, notamos mais uma vez que Jesus deixou Seus ouvintes daquele dia com a impressão de que viveriam para ver o anticristo declarar sua divindade e travar guerra contra os cristãos. Isso vai contra ao que alguns afirmam: os crentes serão arrebatados antes desse evento. Se você tivesse perguntado a Pedro, Tiago ou João se Jesus voltaria para resgatá-los antes da declaração de divindade do anticristo, eles teriam respondido: “Aparentemente não”.
Guerra Contra os Santos (War Against the Saints)
As Escrituras falam em outras passagens sobre a perseguição que o anticristo infligirá aos cristãos. Por exemplo, foi revelado a João, como ele registrou no livro de Apocalipse:
À besta foi dada uma boca para falar palavras arrogantes e blasfemas, e lhe foi dada autoridade para agir durante quarenta e dois meses. Ela abriu a boca para blasfemar contra Deus e amaldiçoar o seu nome e o seu tabernáculo, os que habitam nos céus. Foi-lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los. Foi-lhe dada autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação (Ap. 13:5-7, ênfase adicionada).
Note que o anticristo receberá “autoridade para agir” por quarenta e dois meses, ou seja, três anos e meio, exatamente a metade da tribulação. Parece lógico pensar que será nos últimos quarenta e dois meses de tribulação que o anticristo receberá “autoridade para agir”, já que sua autoridade será completamente tirada dele quando Cristo retornar para travar guerra contra ele e seus exércitos no fim da tribulação.
Obviamente, sua “autoridade para agir” por quarenta e dois meses fala de uma autoridade especial, já que o anticristo receberá autoridade de Deus durante sua ascendência ao poder. Essa “autoridade para agir” especial pode ser uma referência ao tempo que ele receberá para dominar os santos, pois lemos no livro de Daniel:
Enquanto eu observava, esse chifre [o anticristo] guerreava contra os santos e os derrotava, até que o ancião [Deus] veio e pronunciou a sentença a favor dos santos do Altíssimo; chegou a hora de eles tomarem posse do reino… Ele [o anticristo] falará contra o Altíssimo, oprimirá os seus santos e tentará mudar os tempos e as leis. Os santos serão entregues nas mãos dele por um tempo, tempos e meio tempo (Dn. 7:21-22, 25, ênfase adicionada).
Daniel predisse que os santos serão entregues nas mãos do anticristo por “um tempo, tempos e meio tempo”. Essa frase enigmática deve ser interpretada como três anos e meio, de acordo com uma comparação em Apocalipse 12:6 e 14. Lemos em Apocalipse 12:6 que uma certa mulher simbólica receberá um lugar para se esconder no deserto para que a “sustentassem durante mil duzentos e sessenta dias”, que é três anos e meio (anos de 360 dias). Então, oito versículos adiante, ela é mencionada novamente, e a Bíblia diz que ela receberá um lugar para se esconder no deserto, onde será “sustentada durante um tempo, tempos e meio tempo”. Portanto, “tempo, tempos e meio tempo” é o equivalente a 1.260 dias, ou três anos e meio.
Portanto, a palavra “tempo”, nesse contexto, significa ano, “tempos” significa dois anos e “meio tempo”, meio ano. Essa expressão incomum encontrada em Apocalipse 12:14 deve significar a mesma coisa que em Daniel 7:21. Então, sabemos que os santos serão entregues nas mãos do anticristo por três anos e meio, o mesmo tempo que lemos em Apocalipse 13:5 que o anticristo receberia “autoridade para agir”.
Acho que não é preciso dizer que ambos os períodos de quarenta e dois meses terão duração idêntica. Se o início do segundo período, no meio dos sete anos de tribulação, começar na declaração de divindade do anticristo, então, os santos serão entregues nas suas mãos pelos próximos três anos e meio, e Jesus os libertará quando aparecer no céu e os reunir para Si no fim ou perto do fim dos sete anos de tribulação. Contudo, se esse período começar em algum outro momento da tribulação, podemos concluir que o arrebatamento acontecerá antes do fim dos sete anos de tribulação.
O problema com a segunda possibilidade é que ela requer que os santos sejam entregues nas mãos do anticristo antes de correrem perigo e precisarem fugir para as montanhas na sua declaração de divindade. Isso parece ilógico.
O problema com a primeira possibilidade é que parece significar que os santos ainda estarão na terra durante muitos dos julgamentos mundiais cataclísmicos sobre os quais lemos no livro de Apocalipse. Consideraremos esse problema mais tarde.
Agora vamos voltar ao discurso no Monte das Oliveiras.
Falsos Messias (False Messiahs)
Depois, Jesus falou aos Seus discípulos sobre a importância de não serem enganados por relatos de falsos cristos:
“Se, então, alguém lhes disser [a vocês]: ‘Vejam, aqui está o Cristo!’ ou: ‘Ali está ele!’, não acreditem. Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos. Vejam que eu os avisei [a vocês] antecipadamente. Assim, se alguém lhes disser [a vocês]: ‘Ele está lá, no deserto!’, não saiam; ou: ‘Ali está ele, dentro da casa!’, não acreditem. Porque assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do homem. Onde houver um cadáver, aí se ajuntarão os abutres (Mt. 24:23-28).
Note mais uma vez quantas vezes Jesus se dirigiu aos discípulos. Seus ouvintes no Monte das Oliveiras teriam esperado viver para ver a ascensão de falsos cristos e falsos profetas que fariam grandes milagres. E teriam esperado ver Jesus voltar no céu como relâmpago.
É claro que o perigo que virá durante esse tempo será muito grande, pois a perseguição contra os crentes será horrível e falsos cristos e profetas serão muito convincentes por causa de seus milagres. É por isso que Jesus avisou repetidas vezes aos Seus discípulos sobre o que aconteceria antes de Sua volta. Ele não queria que eles fossem enganados como muitos serão. Cristãos verdadeiros e firmes esperarão pela volta de Jesus no céu, como relâmpago, enquanto os que não são verdadeiros seguidores serão atraídos a falsos cristos como abutres são atraídos a carcassas no deserto.
Sinais no Céu (Signs in the Sky)
Jesus continuou:
“Imediatamente após a tribulação daqueles dias ‘o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu, e os poderes celestes serão abalados’. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e estes reunirão os seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt. 24:29-31).
As imagens dessa seção do discurso de Jesus no Monte das Oliveiras eram conhecidas dos judeus de Seus dias, já que usou imagens de Isaías e Joel que falam do julgamento final de Deus e o fim do mundo, o que é muitas vezes chamado de “o dia do Senhor”, quando o sol e a lua escurecerão (veja Is. 13:10-11 e Jl. 2:31). Então, todos os habitantes da terra verão Jesus voltar no céu em Sua glória, e lamentarão. Então, os anjos de Jesus “reunirão os seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus”, indicando que os cristãos serão reunidos para se encontrarem com Jesus no ar, e pode acontecer ao “grande som de trombeta”.
Novamente, se você tivesse perguntado a Pedro, Tiago ou João, nesse ponto do discurso no Monte das Oliveiras, se Jesus voltaria antes ou depois do anticristo e da grande tribulação, com certeza, teriam dito: “Depois”.
A Volta e o arrebatamento (The Return and the Rapture)
Essa seção do discurso no Monte das Oliveiras é bem parecido com um evento que Paulo descreveu, que é, sem dúvida, o arrebatamento da Igreja, mas um evento que muitos comentaristas dizem que acontecerá antes do período da tribulação começar. Considere a seguinte passagem que examinamos mais cedo nesse capítulo:
Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram. Dizemos a vocês, pela palavra do Senhor, que nós, os que estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não precederemos os que dormem. Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns aos outros com essas palavras. Irmãos, quanto aos tempos e épocas, não precisamos escrever-lhes, pois vocês mesmos sabem perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão à noite. Quando disserem: “Paz e segurança”, a destruição virá sobre eles de repente, como as dores de parto à mulher grávida; e de modo nenhum escaparão (1 Ts. 4:13 – 5:3, ênfase adicionada).
Paulo escreveu sobre a vinda de Jesus do céu com a trombeta de Deus e sobre os cristãos sendo arrebatados “para o encontro com o Senhor nos ares”. Parece a mesma coisa que Jesus estava descrevendo em Mateus 24:30-31, o que obviamente acontecerá depois da ascensão do anticristo e da tribulação.
Além do mais, Paulo, enquanto continuou escrevendo sobre a volta de Cristo, mencionou o assunto de quando aconteceria “o fim dos tempos” e lembrou seus leitores que eles já sabiam bem que “o dia do Senhor virá como ladrão à noite”. Paulo acreditava que o arrebatamento e a volta de Cristo aconteceriam no “dia do Senhor”, um dia no qual terrível ira e destruição cairiam sobre os que esperavam “paz e segurança”. Quando Cristo voltar para reunir Sua Igreja, Sua ira cairá sobre o mundo.
Isso está em perfeita harmonia com o que Paulo escreveu em sua carta aos tessalonicenses a respeito da ira de Cristo na Sua volta:
É justo da parte de Deus retribuir com tribulação aos que lhes causam tribulação, e dar alívio a vocês, que estão sendo atribulados, e a nós também. Isso acontecerá quando o Senhor Jesus for revelado lá dos céus, com os seus anjos poderosos, em meio a chamas flamejantes. Ele punirá os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Eles sofrerão a pena de destruição eterna, a separação da presença do Senhor e da majestade do seu poder. Isso acontecerá no dia em que ele vier para ser glorificado em seus santos e admirado em todos os que creram, inclusive vocês que creram em nosso testemunho (2 Ts. 1:6-10, ênfase adicionada).
Paulo disse que quando Jesus voltasse para aliviar os cristãos tessalonicenses perseguidos (veja 2 Ts. 1:4-5), Ele apareceria “com os seus anjos poderosos, em meio a chamas flamejantes” para afligir aqueles que tinham afligido, dando retribuição justa. Isso dificilmente parece com a crença dos pré-tribulacionistas, quando a Igreja é supostamente reunida por Cristo antes que o período de sete anos de tribulação comece, e o que é normalmente chamado de uma secreta aparição de Jesus e uma quieta reunião da Igreja. Não, isso parece exatamente com o que Jesus descreveu em Mateus 24:30-31, Sua volta no fim ou perto do fim do período de tribulação, quando Ele reunirá os cristãos e derramará Sua ira sobre os ímpios.
O Dia do Senhor (The Day of the Lord)
Mais adiante nessa mesma carta, Paulo escreveu:
Irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamos a vocês que não se deixem abalar nem alarmar tão facilmente, quer por profecia, que por palavra, quer por carta supostamente vinda de nós, como se o dia do Senhor já tivesse chegado (2 Ts. 2:1-2, ênfase adicionada).
Primeiramente, note que o assunto de Paulo era a volta de Cristo e o arrebatamento. Ele escreveu sobre a “nossa reunião com ele” usando palavras idênticas às de Jesus em Mateus 24:31, quando Ele falou sobre os anjos que “reunirão” os Seus eleitos “de uma a outra extremidade dos céus”.
Em segundo lugar, note que Paulo igualou esses eventos ao “dia do Senhor”, assim como fez em 1 Tessalonicenses 4:13 – 5:2. Isso não pode ficar mais óbvio.
Paulo continuou:
Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição. Este se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, chegando até a assentar-se no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus (2 Ts. 2:3-4, ênfase adicionada).
De alguma forma, os cristãos tessalonicenses estavam sendo enganados, pensando que o dia do Senhor, que de acordo com Paulo deve começar com o arrebatamento e a volta de Cristo, já tinha começado. Mas Paulo deixou claro que Ele não pode vir antes da apostasia (talvez o grande escândalo do qual Jesus falou em Mateus 24:10) e antes do anticristo declarar sua divindade no templo de Jerusalém. Portanto, Paulo disse claramente aos cristãos tessalonicenses que eles não devem esperar a volta de Cristo, o arrebatamento ou o dia do Senhor antes da declaração de divindade do anticristo.[6]
Em seguida, Paulo descreve a volta de Cristo e a destruição do anticristo:
Não se lembram de que quando eu ainda estava com vocês costumava lhes falar essas coisas?E agora vocês sabem o que o está detendo, para que ele seja revelado no seu devido tempo. A verdade é que o mistério da iniqüidade já está em ação, restando apenas que seja afastado aquele que agora o detém. Então será revelado o perverso, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá pela manifestação de sua vinda. A vinda desse perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o poder, com sinais e com maravilhas enganadoras. Ele fará uso de todas as formas de engano da injustiça para os que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar (2 Ts. 2:5-10).
Paulo escreveu que o anticristo será “destruído pela manifestação da sua vinda”. Se essa “manifestação” é a mesma que Sua manifestação no arrebatamento, mencionada nove versículos mais cedo (veja 2:1), o anticristo será destruído no mesmo dia que a igreja for reunida para se encontrar com o Senhor nos ares. O registro de Apocalipse 19 e 20 apoia essa interpretação. Nesses capítulos, lemos sobre a volta de Cristo (veja Ap. 19:11-16), a destruição do anticristo e seus exércitos (veja 19:17-21), o aprisionamento de Satanás (veja 20:1-3) e a “primeira ressurreição” (veja 20:4-6), na qual os crentes que forem martirizados durante os sete anos de tribulação voltarão à vida. Se essa realmente for a primeira ressurreição no sentido de ser a primeira ressurreição geral dos santos, então, há menos dúvidas de que o arrebatamento e a volta de Cristo acontecerão na mesma hora em que a destruição do anticristo, já que as Escrituras deixam claro que os que morrerem em Cristo serão ressuscitados corporalmente no arrebatamento (veja 1 Ts. 4:15-17).[7]
Esteja Preparado (Being Ready)
Vamos voltar mais uma vez ao discurso no Monte das Oliveiras:
“Aprendam a lição da figueira: quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está próximo. Assim também quando virem todas estas coisas, saibam que ele está próximo, às portas. Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas estas coisas aconteçam.[8] Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão” (Mt. 24:32-35).
Jesus não queria que Seus discípulos fossem pegos desprevenidos, esse era o ponto principal do discurso no Monte das Oliveiras. Eles saberiam que Ele estava “às portas” quando começassem a ver “todas estas coisas” — a tribulação mundial, a apostasia, o levantamento de muitos falsos profetas, a declaração de divindade do anticristo, e ainda mais perto do tempo de Sua volta, o escurecimento do sol e da lua, juntamente com a queda das estrelas.
Contudo, logo após lhes dizer os sinais que precederiam a Sua volta por alguns anos, meses ou dias, Ele lhes disse que a hora exata de Sua volta permaneceria um mistério:
“Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai” (Mt. 24:36).
Essa passagem é citada fora de contexto tantas vezes! É normalmente citada para sustentar o conceito de que não temos ideia de quando Jesus voltará, pois Ele pode voltar a qualquer hora e levar a Igreja. Contudo, dentro do contexto, não é isso que Jesus quis dizer. Ele tinha acabado de se esforçar para ter certeza de que Seus discípulos estariam preparados para Sua volta quando retornasse. Ele está simplesmente dizendo que o dia e a hora exata não seriam revelados a eles. Além do mais, é óbvio que nessa passagem Jesus não estava se referindo ao Seu suposto primeiro retorno, antes do início dos sete anos de tribulação, quando a Igreja seria supostamente arrebatada em segredo, mas de Sua volta no fim ou perto do fim da tribulação. Se olhado honestamente no contexto, esse assunto não é debatível.
Sua Volta — Uma Completa Surpresa?(His Return — A Complete Surprise?)
Um argumento que é normalmente usado contra a ideia do arrebatamento acontecer perto ou no fim da tribulação é que tal retorno não seria uma surpresa como Jesus (supostamente) disse que seria, pois tal retorno poderia ser antecipado pelos eventos da tribulação. Eles dizem que deve haver um arrebatamento antes da tribulação, caso contrário, os crentes não precisariam ficar preparados e alertas como as Escrituras dizem que devem ficar, pois saberiam que ainda haveria sete anos ou mais antes da volta de Jesus.
Contudo, contra essa objeção há o fato de que o objetivo do discurso de Jesus no Monte das Oliveiras era garantir que Seus discípulos estivessem prontos para Sua volta perto ou no fim da tribulação, por isso revelou a eles vários sinais que precederiam Sua volta. Por que o Sermão do Monte das Oliveiras tem tantas exortações para ficarmos preparados e alertas, apesar de Jesus saber que Seu retorno teria que acontecer pelo menos após sete anos do tempo em que falou que essas coisas aconteceriam originalmente?Aparentemente, Jesus acreditava que os cristãos precisavam estar preparados e alertas mesmo que Seu retorno ainda estivesse anos adiante. Os apóstolos que exortavam os crentes em suas cartas a ficarem preparados e prontos para a volta de Jesus estavam simplesmente O imitando.
Além do mais, aqueles que acreditam que somente o arrebatamento antes da tribulação justifica qualquer exortação para ficarmos preparados têm outro problema. De acordo com eles, a primeira volta de Cristo precede a tribulação de sete anos. Então, o primeiro retorno de Cristo não pode acontecer a qualquer hora — deve acontecer exatamente sete anos antes do fim da tribulação. Na verdade, não há necessidade de esperarmos que Jesus volte até que os eventos mundiais estejam prontos para dar início aos sete anos de tribulação, eventos que podem ser antecipados e verificados.
Se a maioria dos pré-tribulacionistas forem honestos dirão que sabem que Jesus não voltará hoje ou amanhã por causa da situação política no mundo. Ainda há eventos profetizados que devem ser cumpridos antes que os sete anos de tribulação possam começar. Por exemplo, no livro de Daniel, como veremos adiante, o anticristo fará uma aliança com Israel por sete anos, e isso marcará o início da tribulação. Portanto, se o arrebatamento acontecer sete anos antes do fim da tribulação, ele deve ocorrer quando o anticristo fizer sua aliança de sete anos com Israel. Até que algo no horizonte político faça o cenário possível, não há necessidade dos pré-tribulacionistas esperarem que Jesus volte.
Além do mais, para os devotos do pré-tribulacionismo, que acreditam que Jesus também voltará no fim da tribulação, significa que o dia exato da suposta segunda volta de Jesus pode ser calculada. Uma vez que o arrebatamento aconteça, que Jesus disse que somente o Pai sabe, a data pode ser calculada pela simples soma de sete anos.
Novamente, das coisas que Jesus realmente disse, Ele obviamente não queria que Sua volta fosse uma total surpresa. Aliás, Ele queria que ela fosse antecipada por certos eventos da tribulação. Dizendo simplesmente, Jesus não queria que Seus discípulos fossem pegos de surpresa, como o mundo. Ele continuou Seu discurso no Monte das Oliveiras:
“Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao Dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o Dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem. Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro deixado. Duas mulheres estarão trabalhando num moinho: uma será levada e a outra deixada.[9] Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o seu Senhor. Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam” (Mt. 24:37:44).
Novamente, a preocupação óbvia de Jesus era que Seus discípulos permanecessem preparados para a Sua volta. Aliás, esse era o motivo principal de tudo o que Ele disse antes e depois desse ponto no discurso no Monte das Oliveiras. Suas muitas exortações para que permanecessem preparados não era tanto uma indicação que Sua volta seria uma completa surpresa, mas uma indicação de quão difícil será permanecer pronto e alerta debaixo das adversidades do tempo. Portanto, os que estão esperando um arrebatamento antes da tribulação a qualquer hora, achando que estão mais prontos que outros cristãos, podem, na verdade, não estar preparados para o que possam vir a enfrentar. Se não esperam tribulação e se encontram no meio de uma perseguição mundial debaixo do reino do anticristo, a tentação de abandonar a fé pode dominá-los. É melhor ficarmos preparados para o que as Escrituras dizem que deve acontecer.
E mais uma vez, se você perguntasse a Pedro, Tiago ou João quando esperavam ver a volta de Jesus, eles teriam lhe dito todos os sinais que Jesus lhes disse que aconteceriam antes de Sua volta. Eles não teriam esperado vê-Lo antes do período da tribulação ou da ascensão do anticristo.
Um Ladrão de Noite (A Thief in the Night)
Note que até a analogia de Jesus do “ladrão de noite” está dentro do contexto em que Ele revela vários sinais para que Seus discípulos não sejam pegos de surpresa na Sua volta. Portanto, a analogia do “ladrão na noite” pode ser usada para provar que ninguém deve ter ideia alguma de quando Jesus voltará.
Ambos Paulo e Pedro usaram a analogia de Jesus do “ladrão na noite” quando escreveram sobre “o dia do Senhor” (veja 1 Ts. 5:2-4; 2 Pd. 3:10). Eles acreditavam que a analogia tinha aplicação à volta cheia de ira de Jesus no fim ou perto do fim dos sete anos de tribulação. O que é interessante, é que Paulo disse aos seus leitores: “Mas vocês, irmãos, não estão nas trevas, para que esse dia os surpreenda como ladrão” (1 Ts. 5:4). Ele interpretou a analogia de Jesus corretamente, percebendo que os que estivessem alertas aos sinais e seguissem obedientemente a Jesus não estariam nas trevas; portanto, a volta de Cristo não os pegaria de surpresa. Para eles, Jesus não viria como um ladrão na noite. Somente os que estivessem nas trevas seriam surpreendidos; exatamente como Jesus ensinou. (Veja também o uso do conceito de Jesus de “ladrão na noite” em Apocalipse 3:3 e em 16:15, ao Se referir a Sua volta na batalha do Armagedom).
Desse ponto em diante no discurso no Monte das Oliveiras, Jesus exortou repetidamente Seus discípulos a ficarem preparados para a Sua volta. Ao mesmo tempo, também lhes disse como poderiam ficar prontos, enquanto contava as parábolas do servo infiel, das dez virgens e dos talentos e então, predisse o julgamento das ovelhas e bodes (todas valem a pena ser lidas). Em quase todos os casos, os advertiu que o inferno esperava aqueles que não estivessem prontos para a Sua volta (veja Mt. 24:50-51; 25:30, 41-46). A maneira de ficarmos prontos é sermos encontrados fazendo a vontade de Deus quando Ele retornar.[10]
Outra Objeção (Another Objection)
Alguns são contra a ideia do pós-tribulacionismo com a base bíblica de que os justos nunca são punidos com os injustos, o que é provado por exemplos como Noé, Ló e os israelitas no Egito.
Realmente, temos bons motivos para crermos que os justos não sofrerão a ira de Deus durante a tribulação de sete anos, já que seria o equivalente a contradizer muitas promessas e precedentes bíblicos (veja, por exemplo, 1 Ts. 1:9-10; 5:8).
Contudo, Jesus falou sobre a grande tribulação que os justos sofrerão durante esse tempo. Não será pelas mãos de Deus, mas pelas dos injustos. Os cristãos não são isentos de perseguições — Jesus prometeu que seriam perseguidos. Durante a tribulação de sete anos, muitos cristãos perderão suas vidas (veja Mt. 24:9; Ap. 6:9-11; 13:15; 16:5-6; 17:6; 18:24; 19:2). Muitos serão decapitados (veja Ap. 20:4).
Portanto, se todos os crentes de certa nação forem martirizados, nada poderá prevenir que a ira de Deus caia sobre todos naquela nação. E com certeza, se há crentes em certa nação, Deus é capaz de protegê-los de Seus julgamentos quando os mesmos caírem sobre os perversos. Durante Seus julgamentos no Egito no tempo de Moisés, Ele provou isso. Deus não deixou nem que um cachorro latisse contra os israelitas, enquanto julgamento após julgamento caía sobre os vizinhos egípcios (veja Ex. 11:7). Da mesma forma, lemos no livro de Apocalipse sobre os gafanhotos que serão libertos para picar e atormentar as pessoas da terra por cinco meses, mas não serão permitidos atormentar as 144.000 testemunhas que serão seladas com uma marca especial em suas testas (veja Ap. 9:1-11).
O Arrebatamento no Apocalipse (The Rapture in Revelation)
Em nenhum lugar do livro de Apocalipse lemos sobre o arrebatamento da Igreja, ou de outra aparição de Cristo, a não ser a que é mencionada em Apocalipse 19, quando Ele virá para destruir o anticristo na batalha do Armagedom. Até aí, não é mencionado que o arrebatamento tenha acontecido. Contudo, a ressurreição dos mártires da tribulação é mencionada nesse mesmo período de tempo (veja 20:4). Como Paulo escreveu que os mortos em Cristo ressuscitarão na volta de Cristo, que é o mesmo momento em que a Igreja será arrebatada, isso (juntamente com outras passagens que já consideramos) nos leva a crer que o arrebatamento não acontecerá até o fim da tribulação de sete anos, descrito em Apocalipse 19 e 20.
Mas existem outros pontos de vista. Alguns veem o arrebatamento em Apocalipse 6 e 7. Lemos em Apocalipse 6:12-13, sobre o sol se tornar “escuro como tecido de crina negra” e sobre as estrelas caírem do céu; dois sinais que Jesus disse que apareceriam logo antes da Sua manifestação e da reunião dos eleitos (veja Mt. 24:29-31). Então, um pouco mais adiante no capítulo 7, lemos sobre uma grande multidão no céu de todas as nações, tribos e línguas que “vieram da grande tribulação” (7:14). Eles não são mencionados como mártires como o outro grupo no capítulo anterior (veja 6:9-11), nos levando a especular que foram arrebatados ao invés de martirizados — crentes que foram resgatados da grande tribulação.
Com certeza, é correto assumirmos que o arrebatamento acontecerá em algum tempo depois dos eventos cósmicos descritos em Apocalipse 6:12-13, simplesmente por Jesus ter dito algo semelhante em Mateus 24:29-31. Contudo, não recebemos indicação conclusiva sobre quando os eventos cósmicos de Apocalipse 6:12-13 acontecerão dentro da tribulação. Se os eventos descritos em Apocalipse 6:1-13 forem sequenciais e se o arrebatamento acontecer logo depois de 6:13, isso nos leva a crer que o arrebatamento não acontecerá até depois da manifestação do anticristo (veja 6:1-2), das guerras (veja 6:3-4), da fome (veja 6:5-6), da morte de um quarto da terra por meio de guerras, fome, pragas e animais selvagens (veja 6:7-8), e da morte de vários mártires (veja 6:9-11). Com certeza, todos esses eventos descritos podem acontecer antes do fim dos sete anos de tribulação, mas também podem descrever todo o período de sete anos, colocando o arrebatamento no fim.
Dando suporte à ideia do arrebatamento acontecer antes do fim dos sete anos está o fato de que o Apocalipse descreve dois tipos de sete julgamentos depois de Apocalipse 8: o “julgamento das trombetas” e o “julgamento da taças”. É dito que o segundo julgamento completa a ira de Deus (veja 15:1). Contudo, antes dos julgamentos das taças começarem, João vê “em pé, junto ao mar, os que tinham vencido a besta, a sua imagem e o número do seu nome” (15:2). Esses santos vitoriosos podem ter sido arrebatados; por outro lado, podem ter sido martirizados. As Escrituras não nos esclarecem. Além do mais, não sabemos se Apocalipse 15:2 tem alguma ligação cronológica com as cenas descritas ao redor.
Outro fato encontrado em Apocalipse que pode sustentar ideia do pré-tribulacionismo é esse: na ocasião do quinto “julgamento da trombeta” registrado em Apocalipse 9:1-12, lemos que os gafanhotos atormentadores só terão permissão para ferir os que “não tinham o selo de Deus na testa” (9:4). Os únicos que sabemos que terão o selo são os 144.000 descendentes de Israel (veja Ap. 7:3-8). Portanto, parece que todos os outros crentes serão arrebatados antes do julgamento da quinta trombeta; caso contrário, não seriam isentos dos tormentos dos gafanhotos. Além do mais, já que os gafanhotos atormentarão as pessoas por cinco meses (9:5, 10), o arrebatamento deve acontecer pelo menos cinco meses antes do fim da tribulação.
Existem, é claro, vários caminhos ao redor dessa lógica. Talvez, outros serão selados e simplesmente não são mencionados na sinopse condensada de Apocalipse. De qualquer forma, se isso prova que o arrebatamento acontecerá antes do quinto julgamento da trombeta, também indica que haverá um grupo de crentes que não será arrebatado antes dos gafanhotos serem soltos — os 144.000 descendentes de Israel especialmente selados. Mesmo assim, eles serão graciosamente protegidos de serem feridos pela ira de Deus quando ela se manifestar com os gafanhotos atormentadores.
A conclusão disso tudo?Só posso concluir que o arrebatamento acontecerá perto do fim ou no fim da tribulação. Os cristãos não precisam ter medo de sofrer a ira de Deus, mas devem estar preparados para uma grande perseguição e um possível martírio.
O Período da Tribulação (The Tribulation Period)
Vamos dar uma olhada mais de perto no que as Escrituras nos ensinam sobre a tribulação. Como chegamos à conclusão de que a tribulação terá sete anos? Devemos estudar o livro de Daniel, que, além do livro de Apocalipse, é provavelmente o livro mais revelador da Bíblia a respeito do fim dos tempos.
No nono capítulo desse livro, lemos que Daniel é um cativo na Babilônia com seus companheiros judeus. Enquanto estudava o livro de Jeremias, Daniel descobriu que o tempo de cativeiro dos judeus na Babilônia seria de setenta anos (veja Dn. 9:2; Jr. 25:11-12). Percebendo que esse período estava quase completo, Daniel começou a orar, confessando os pecados de seu povo e pedindo misericórdia. Em resposta a sua oração, o anjo Gabriel apareceu e lhe revelou o futuro de Israel desde o tempo da tribulação até a volta de Cristo. A profecia contida em Daniel 9:24-27 é uma das mais maravilhosas das Escrituras. Eu a citei abaixo, juntamente com meus comentários em colchetes:
Setenta semanas [obviamente, cada dia dessas semanas simboliza uma ano, como veremos, ou um total de 490 anos] estão decretadas para o seu povo [Israel] e sua santa cidade [Jerusalém] a fim de acabar com a transgressão [possivelmente o ato culminante dos pecados de Israel — a crucificação do seu próprio Messias], dar fim ao pecado, [uma provável referência à obra de redenção de Cristo na cruz] expiar as culpas [sem dúvida uma referência à obra de redenção de Jesus na cruz], trazer justiça eterna [o início do reinado terreno de Jesus em Seu Reino], cumprir a visão e a profecia [talvez, uma referência ao término da compilação das Escrituras ou ao cumprimento de todas as profecias pré-milenares], e ungir o santíssimo [uma possível referência à construção do templo milenar]. Saiba e entenda que, a partir da promulgação do decreto que manda restaurar e reconstruir Jerusalém [esse decreto foi feito pelo rei Artaxerxes em 445 a.C.] até que o Ungido, o líder [o Senhor Jesus Cristo], venha, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas [um total de 69 semanas, ou seja, 483 anos]. Ela será reconstruída com ruas e muros, mas em tempos difíceis [essa é a reconstrução de Jerusalém, anteriormente destruída pelos babilônios]. Depois das sessenta e duas semanas [isto é, 483 anos depois do decreto de 445 a.C.], o Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele [Jesus foi crucificado em 32 d.C., se calcularmos pelo calendário judaico de 360 dias por ano]. A cidade e o Lugar Santo serão destruídos [uma referência à destruição de Jerusalém em 70 d.C. por Tito e as legiões romanas] pelo povo [os romanos] do governante que virá [o anticristo]. O fim virá como uma inundação: guerras continuarão até o fim, e desolações foram decretadas. Com muitos [Israel] ele [o “governante que virá” — o anticristo] fará uma aliança que durará uma semana [ou sete anos — esse é o período da tribulação]. No meio da semana [depois de mais ou menos três anos e meio] ele dará fim ao sacrifício e à oferta. E numa ala do templo será colocado o sacrilégio terrível [quando o anticristo se sentar no templo judaico em Jerusalém, declarando-se Deus; veja 2 Ts. 2:1-4], até que chegue sobre ele [a volta de Jesus] o fim que lhe está decretado [a derrota do anticristo por Jesus] (Dn. 9:24-27, ênfase adicionada).
490 Anos Especiais (490 Special Years)
Desde o decreto de 445 a.C. do rei Artaxerxes para reconstruir Jerusalém, Deus decretou 490 anos especiais de história futura. Mas esses 490 anos não foram sequenciais; eles foram divididos em dois segmentos: um de 483 anos e outro de sete. Quando os primeiros 483 anos desse tempo determinado foram completados (no ano em que Jesus foi crucificado), o relógio parou. Provavelmente, Daniel nunca teria sonhado que o relógio pararia por, agora, quase 2.000 anos. Algum tempo no futuro, o relógio começará a correr novamente e continuará pelos últimos sete anos. Esse últimos sete anos são chamados, não só de “tribulação”, mas também de “a septuagésima semana de Daniel”.
Esses sete anos são divididos em dois períodos de três anos e meio. Como lemos na profecia de Daniel, no meio desse período o anticristo quebrará sua aliança com Israel e “dará fim ao sacrifício e à oferta”. E então, como Paulo escreveu, ele se sentará no templo de Jerusalém e se declarará Deus.[11] Esse é o “sacrilégio terrível” ao qual Jesus se referiu (veja Mt. 24:21). É por isso que os crentes na Judeia devem fugir para “os montes” (Mt. 24:16), já que isso marca o início da pior tribulação que o mundo presenciará (veja Mt. 24:21).
É possível que a “fuga judia” tenha sido vista simbolicamente por João em sua visão, registrada no décimo segundo capítulo do livro de Apocalipse. Se tiver, os judeus cristãos encontrarão um lugar especial de segurança preparado para eles no deserto, onde serão sustentados por exatamente três anos e meio, o restante do período dos sete anos de tribulação (veja Ap. 12:6, 13-17). João previu a raiva de Satanás com a fuga deles e a subsequente guerra que começaria com “os que obedecem aos mandamentos de Deus e se mantém fiéis ao testemunho de Jesus” (Ap. 12:17). É por isso que acho que seria uma boa ideia que todos os crentes ao redor do mundo fugissem para lugares remotos quando o anticristo declarar sua divindade em Jerusalém.
A Última Revelação de Daniel (Daniel’s Last Revelation)
Uma das passagens interessantes de Daniel que ainda não consideramos é encontrada nos últimos treze versículos desse maravilhoso livro. São palavras ditas por um anjo a Daniel. Citei a passagem com meus comentários em colchetes:
Naquela ocasião Miguel [o anjo], o grande príncipe que protege o seu povo, se levantará. Haverá um tempo de angústia como nunca houve desde o início das nações até então [essa seria a mesma angústia da qual Jesus falou em Mateus 24:21]. Mas naquela ocasião o seu povo, todo aquele cujo nome está escrito no livro, será liberto [essa pode ser uma referência à fuga dos judeus ou ao resgate dos cristãos no arrebatamento]. Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno [a ressurreição dos justos e dos perversos]. Aqueles que são sábios reluzirão como o fulgor do céu, e aqueles que conduzem muitos à justiça serão como as estrelas, para todo o sempre. [Depois da ressurreição, os justos receberão novos corpos que brilharão com a glória de Deus]. Mas você, Daniel, feche com um selo as palavras do livro até o tempo do fim. Muitos irão por todo lado em busca de maior conhecimento. [Os avanços extraordinários no transporte e conhecimento no último século parecem estar cumprindo essa profecia]
Então eu, Daniel, olhei, e diante de mim estavam dois outros anjos, um na margem de cá do rio e outro na margem de lá. Um deles disse ao homem vestido de linho, que estava acima das águas do rio: “Quanto tempo decorrerá antes que se cumpram essa coisas extraordinárias?” O homem vestido de linho, que estava acima das águas do rio, ergueu para o céu a mão direita e a mão esquerda, e eu o ouvi jurar por aquele que vive para sempre, dizendo: “Haverá um tempo, tempos e meio tempo [três anos e meio de acordo com a revelação decifrada de Apocalipse 12:6 e 12:14]. Quando o poder do povo santo for finalmente quebrado, todas essas coisas se cumprirão”. [Assim como Daniel 7:25 nos diz que os santos serão entregues nas mãos do anticristo por três anos e meio, aqui parece óbvio que esses são os três anos e meio finais dos sete anos de tribulação. O fim de todos os eventos falados pelo anjo será “quando o poder do povo santo for… quebrado”.] Eu ouvi, mas não compreendi. Por isso perguntei: “Meu senhor, qual será o resultado disso tudo:” Ele respondeu: “Siga o seu caminho, Daniel, pois as palavras estão seladas e lacradas até o tempo do fim. Muitos serão purificados, alvejados e refinados [sem dúvida através da tribulação], mas os ímpios continuarão ímpios. Nenhum dos ímpios levará isto em consideração, mas os sábios sim. Depois de abolido o sacrifício diário e colocado o sacrilégio terrível, haverá mil e duzentos e noventa dias. [Esse tempo não deve ser interpretado como estando entre aqueles dois eventos, pois ambos acontecerão no meio dos sete anos. Ao invés disso devemos interpretar que algo muito significante acontecerá no fim, depois de 1.290 dias que ambos os eventos aconteçam. 1.290 dias são 30 dias a mais que três anos e meio (anos de 360 dias) um período que é repetidamente mencionado nas escrituras proféticas de Daniel e Apocalipse. O porquê desses 30 dias serem adicionados é uma questão de especulação]. Feliz aquele que esperar e alcançar o fim dos mil trezentos e trinta e cinco dias. [Então, agora temos mais quarenta e cinco dias de mistério]. Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará e, então, no final dos dias, você se levantará [a ressurreição prometida de Daniel] para receber a herança que lhe cabe” (Dn. 12:1-13).
Obviamente, algo muito maravilhoso acontecerá no fim dos 75 dias extras! Teremos que esperar para ver.
Depois de lermos os capítulos finais de Apocalipse, percebemos que muitos eventos aparentemente, acontecerão logo após a volta de Cristo, uma delas sendo o banquete do casamento do Cordeiro, a respeito do qual um anjo disse a João: “Felizes os convidados para o banquete do casamento do Cordeiro” (Ap. 19:9). Talvez essa seja a mesma bênção à qual um anjo se referiu quando falava a Daniel. Se for isso, esse banquete glorioso acontecerá depois de dois meses e meio da volta de Jesus.
Talvez esses setenta e cinco dias sejam preenchidos com outros eventos que, sabemos, acontecerão de acordo com o que está escrito nos capítulos finais de Apocalipse, como o lançamento do anticristo e do falso profeta no lago de fogo, o aprisionamento de Satanás e a preparação da administração do Reino mundial de Cristo (veja Ap. 19:20 – 20:4).
O Milênio (The Millennium)
O milênio é um termo que se refere ao tempo que Jesus reinará pessoalmente sobre toda a terra por um período de mil anos (veja Ap. 20:3, 5, 7), que acontecerá depois da tribulação. Há três mil anos Isaías previu o reinado governamental de Cristo sobre a terra:
Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado… Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso (Is. 9:6-7, ênfase adicionada).
E da mesma forma, o anjo Gabriel anunciou a Maria que seu Filho reinaria sobre um reino sem fim:
Mas o anjo lhe disse: “Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus! Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre o povo de Jacó; seu Reino jamais terá fim” (Lc. 1:30-33, ênfase adicionada).[12]
Durante o milênio, Jesus reinará pessoalmente do Monte Sião em Jerusalém, que será elevado acima de sua atual posição. Seu reinado será de perfeita justiça a todas as nações, e haverá paz sobre toda a terra:
Nos últimos dias o monte do templo do Senhor será estabelecido como o principal; será elevado acima das colinas, e todas as nações correrão para ele. Virão muitos povos e dirão: “Venham, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacó, para que ele nos ensine os seus caminhos, e assim andemos em suas veredas”. Pois a lei sairá de Sião, de Jerusalém virá a palavra do Senhor. Ele julgará entre as ações e resolverá contendas de muitos povos. Eles farão de suas espadas arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não mais pegará em armas para atacar outra nação. Elas jamais tornarão a preparar-se para a guerra (Is. 2:2-4).
Zacarias previu a mesma coisa:
Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Tenho muito ciúme de Sião; estou me consumindo de ciúmes por ela” Assim diz o Senhor: “Estou voltando para Sião e habitarei em Jerusalém. Então Jerusalém será chamada Cidade da Verdade, e o monte do Senhor dos Exércitos será chamado monte Sagrado”. Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Povos e habitantes de muitas cidades ainda virão, e os habitantes de uma cidade irão a outra e dirão: ‘Vamos logo suplicar o favor do Senhor e buscar o Senhor dos Exércitos. Eu mesmo já estou indo’. E muitos povos e nações poderosas virão buscar o Senhor dos Exércitos em Jerusalém e suplicar o seu favor”. Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Naqueles dias dez homens de todas as línguas e nações agarrarão firmemente a barra das vestes de um judeu e dirão: ‘Nós vamos com você porque ouvimos dizer que Deus está com o seu povo’” (Zc. 8:2-3, 20-23).
A Bíblia ensina que os crentes reinarão com Cristo durante os mil anos. O nível de responsabilidade deles no Seu reino dependerá da sua fidelidade agora (veja Dn. 7:27; Lc. 19:12-27; 1 Co. 6:1-3; Ap. 2:26-27; 5:9-10 e 22:3-5).
Teremos corpos ressurretos, mas aparentemente, haverá pessoas naturais vivendo em corpos mortais que povoarão a terra naqueles tempos. Além do mais, parece que a longevidade dos patriarcas será restaurada e os animais selvagens perderão a ferocidade:
Por Jerusalém me regozijarei e em meu povo terei prazer; nunca mais se ouvirão nela voz de pranto e choro de tristeza. Nunca mais haverá nela uma criança que viva por poucos dias, e um idoso que não complete os seus anos de idade; quem morrer aos cem anos ainda será jovem, e quem não chegar aos cem, será maldito… O lobo e o cordeiro comerão juntos, e o leão comerá feno, como o boi, mas o pó será a comida da serpente. Ninguém fará nem mal nem destruição em todo o meu santo monte (Is. 65:19-20, 25; veja também Is. 11:6-9).
Há muitas referências ao futuro milênio na Bíblia, especialmente no Velho Testamento. Para mais estudos, veja Is. 11:6-16; 25:1-12; 35:1-10; Jr. 23:1-5; Jl. 2:30-3:21; Am. 9:11-15; Mq. 4:1-7; Zc. 3:14-20; 14:9-21; e Ap. 20:1-6.
Muitos dos salmos também se aplicam profeticamente ao milênio. Por exemplo, leia esta passagem do Salmo 48:
Grande é o Senhor, e digno de todo louvor na cidade do nosso Deus. Seu santo monte, belo e majestoso, é a alegria de toda a terra. Como as alturas do Zafrom é o monte Sião, a cidade do grande Rei. Nas suas cidadelas Deus se revela como sua proteção. Vejam! Os reis somam forças, e juntos avançaram contra ela. Quando a viram, ficaram atônitos, fugiram aterrorizados. Ali mesmo o pavor os dominou; contorceram-se como a mulher no parto (Sl. 48:1-6, ênfase adicionada).
Aparentemente, quando Jesus estabelecer Sua administração em Jerusalém, muitos dos governantes da terra que sobreviverem à tribulação ouvirão notícias sobre o reinado de Jesus e viajarão para ver por si mesmos. Ficarão tão chocados com o que verão![13]
Para outros salmos referentes ao reino milenar de Cristo, veja Salmos 2:1-12; 24:1-10; 47:1-9; 66:1-7; 68:15-17; 99:1-9 e 100:1-5.
O Estado Eterno (The Eternal State)
O fim do milênio marca o início do que a Bíblia chama de “Estado Eterno”, que começa com os novos céus e nova terra. Então, Jesus entregará tudo ao Pai, de acordo com 1 Coríntios 15:24-28:
Então virá o fim, quando ele [Jesus] entregar o Reino a Deus, o Pai, depois de ter destruído todo domínio, autoridade e poder. Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque ele “tudo sujeitou debaixo de seus pés” [Sl. 8:6]. Ora, quando se diz que “tudo” lhe foi sujeito, fica claro que isso não inclui o próprio Deus, que tudo submeteu a Cristo. Quando, porém, tudo lhe [ao Pai] estiver sujeito, então o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, a fim de que Deus seja tudo em todos.
Satanás, que estava acorrentado durante os mil anos, será liberto no fim do milênio. Então, ele receberá os que, no interior, são rebeldes para com Jesus, mas que fingiram obediência a Ele (veja Sl. 66:3).
Deus permitirá que Satanás os engane para que a verdadeira condição de seus corações seja revelada para que possam ser julgados corretamente. Por causa de sua decepção, eles se reunirão para atacar a cidade santa, Jerusalém, para derrubar o governo de Jesus. A batalha não durará muito, pois fogo virá do céu e consumirá os exércitos ao redor, e Satanás será lançado no lago de fogo e enxofre pela eternidade (veja Ap. 20:7-10).
Essa reunião futura para a batalha foi prevista no Salmo 2:
Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão?Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu ungido [Cristo], e dizem: “Façamos em pedaços as suas correntes, lancemos de nós as suas algemas!” Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles. Em sua ira os repreende e em seu furor os aterroriza, dizendo: “Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu santo monte”. [Jesus fala agora] Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: “Tu és meu filho; eu hoje te gerei. Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade. Tu as quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro”. Por isso, ó reis sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra. Adorem o Senhor com temor; exultem com tremor. Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam!
Um Julgamento Final (A Final Judgment)
Precedendo o Estado Eterno, um julgamento final acontecerá. Todos os infiéis de todas as épocas terão seus corpos ressuscitados para irem diante do trono de Deus e serem julgados de acordo com as suas obras (veja Ap. 20:5, 11-15). Todos os que estão agora no Hades serão trazidos para o julgamento, chamado de “Grande Trono Branco de Julgamento”, e então serão lançados no Gehenna, o lago de fogo. A Bíblia chama isso de “segunda morte” (Ap. 20:14).
O Estado Eterno começa com o fim do primeiro céu e da primeira terra, cumprindo a promessa de dois mil anos de Jesus: “Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão” (Mt. 24:35).
Então, Deus criará novos céus e nova terra, assim como Pedro predisse em sua segunda epístola:
O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada. Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam?Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor. Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça. Portanto, amados, enquanto esperam estas coisas, empenhem-se para serem encontrados por ele em paz, imaculados e inculpáveis. (2 Pd. 3:10-14; veja também Is. 65:17-18).
Finalmente, a Nova Jerusalém descerá do céu para a terra (veja Ap. 21:1-2). Nossas mentes mal podem começar a entender as glórias daquela cidade, que cobre uma área de aproximadamente metade dos Estados Unidos (veja Ap. 21:16), ou nem maravilhas daquela época sem fim. Viveremos em uma sociedade perfeita para sempre, debaixo do governo de Deus, para a gloria de Jesus Cristo!
[1] Algumas outras passagens mostram a crença de Paulo de que Jesus possivelmente voltaria durante a vida de alguns de seus contemporâneos: Filipenses 3:20; 1 Tessalonicenses 3:13; 5:23; 2 Tessalonicenses 2:1-5; 1 Timóteo 6:14-15; Tito 2:11-13 e Hebreus 9:28.
[2] Outras passagens que indicam a convicção de Pedro de que Jesus poderia voltar durante a vida de seus contemporâneos são: 2 Pedro 1:15-19; 3:3-15.
[3] Marcos 13:3 menciona quatro nomes que estavam presentes: Pedro, Tiago, João e André. Incidentemente, também encontramos o Sermão do Monte registrado em Marcos 13:1-37 e Lucas 21:5-36. Lucas 17:22-37 também contém informações similares.
[4] Muitas vezes, essa promessa é tirada do contexto, e é frequentemente dito que antes de Jesus voltar, devemos completar a tarefa de evangelismo mundial. Mas dentro do contexto, essa promessa fala da proclamação final do evangelho a todo o mundo logo antes do fim.
[5] Se o arrebatamento da Igreja fosse ocorrer nesse exato momento da tribulação de sete anos, como alguns dizem, não haveria necessidade que Jesus instruísse os crentes a fugir para salvarem suas vidas, pois todos seriam arrebatados.
[6] Isso invalida a teoria que as palavras de Jesus no discurso no Monte das Oliveiras só tinha a plicação aos judeus que se converterem durante a tribulação, pois todos os que renascerem antes da tribulação, já terão supostamente sido arrebatados. Não, Paulo disse aos cristãos gentios tessalonicenses que o arrebatamento e a volta de Cristo não aconteceria antes da declaração de divindade do anticristo, que acontece no meio dos sete anos de tribulação.
[7] Alguns dizem que essa ressurreição mencionada em Apocalipse 20:4-6 é, na verdade, a segunda parte da primeira ressurreição, a ressurreição que acontecerá durante a primeira volta de Cristo no arrebatamento. Que garantia há para essa interpretação? Se a ressurreição de Apocalipse 20:4-6 é, na verdade, uma segunda ressurreição, por que não foi chamada de “segunda ressurreição”?
[8] Mesmo que os que tenham ouvido a Jesus naquele dia possam ter pensado que a geração deles veria todas essas coisas acontecer, sabemos que não viram. Portanto, devemos interpretar as palavras de Jesus em Mateus 24:34 como significando que todas essas coisas acontecerão em uma geração, ou talvez que a raça (como, às vezes, a palavra geração é traduzida) de cristãos (ou judeus) não passará até que todas essas coisas aconteçam.
[9] Não faz muita diferença se a pessoa que está sofrendo julgamento nesses exemplos foi a levada ou a deixada, como é muitas vezes debatido. O importante é que alguns estarão prontos para a volta de Cristo e outros não. Sua prontidão determinará seu destino final.
[10] Obviamente, para Jesus exortar Seus discípulos mais íntimos a permanecerem prontos para a Sua volta, é porque havia a possibilidade de não estarem prontos. Se Ele os advertiu sobre o castigo eterno por não estarem prontos por causa do pecado, então, é possível que eles perdessem a salvação por causa do pecado. Isso deve nos falar sobre a importância da santidade, e da tolice dos que dizem que é impossível que cristãos percam a salvação.
[11] Isso nos indica, é claro, que o templo de Jerusalém deve ser reconstruído, já que não há templo em Jerusalém no momento (no ano de 2005 quando este livro está sendo escrito).
[12] Essa passagem mostra que é fácil assumirmos algo erroneamente sobre o tempo dos eventos proféticos por interpretarmos mal o que as Escrituras realmente dizem. Maria poderia ter logicamente assumido que seu Filho especial reinaria no trono de Davi em algumas décadas. Gabriel disse que ela daria à luz um filho que reinaria sobre toda a casa de Jacó, fazendo parecer que o nascimento e reinado de Jesus seriam dois eventos ligados. Maria nunca teria imaginado que passariam pelo menos 2.000 anos entre eles. Também devemos ter cuidado ao assumirmos alguns pontos de vista enquanto tentamos interpretar passagens proféticas.
[13] Quando vejo outras passagens, parece que o milênio começará, não só com cristãos povoando a terra, mas com ímpios também (veja Is. 2:1-5; 60:1-5; Dn. 7:13-14).